Prazo: 30/04/2021
Data Evento ou Publicação:
Indexação (revistas): A4
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No campo da comunicação, organizações podem ser tomadas como ambientes relacionais instituídos e atualizados por e em práticas discursivas, seja a partir de processos e estratégias institucionais, seja a partir de perturbações provocadas entre forças da gestão e emergências de (nos) públicos. Complementarmente, é evidente a potência dos discursos organizacionais em perspectiva de instituírem concepções de mundo que, de alguma forma, sejam convergentes com princípios e desejos das próprias organizações. Portando, discursos organizacionais são conformações simbólicas, marcadas por vestígios interacionais, orientadas para produzirem efeitos de sentidos específicos em perspectiva de instituírem determinadas verdades. Nesses discursos, os indivíduos tomam lugares (posições de sujeito); neles as formas simbólicas prescrevem processos concretos de (re)produção material – gesto que, em contextos contemporâneos, tende a ser atravessado por sofisticações estratégicas e por irrupções de experiências.
Assim, diferentes perspectivas epistêmico-teóricas e metodológicas dos discursos têm ganhado espaço no escopo de pesquisas do discurso organizacional por sua potência como lentes de investigação, sobretudo ao permitirem atentar para os complexos e dinâmicos processos que intencionam constituir estabilidades, definir contornos identitários e posicionamentos estratégicos, naturalizar relações de poder, (des)qualificar diferenças, afirmar legitimidade, gerar reconhecimento e estabelecer estruturas, dentre outras coisas.
Discursos organizacionais, portanto, insinuam processos interacionais inacabados entre organizações e públicos, embora se apresentem como campo de disputas conformado pelos (nunca totalmente alcançáveis) desejos de acomodação, captura e/ou controle por estratégias de gestão e pelos desejos de construção de imagens-conceito, tornando-se categorias reveladoras de contextos, relações de poder, distribuição de recursos e disputas diversas. Nessa configuração, tanto campos profissionais da comunicação quanto âmbitos comunicacionais emergentes de públicos apresentam-se como espaços reveladores de práticas discursivas, caras aos estudos de comunicação organizacional.
Neste dossiê, a Revista Organicom busca reunir estudos epistêmicos, teóricos, empíricos e/ou metodológicos que mobilizem diferentes abordagens do Discurso Organizacional, voltados a evidenciar contextos, práticas e processos de produção e circulação de sentidos nos ambientes relacionais que constituem e atravessam interações entre organizações e públicos. Dessa maneira, tornam-se afins à proposta do dossiê, artigos que discutam:
- Práticas discursivas e relações de poder
- Estratégias linguístico-discursivas, perturbações e contextos
- Construções discursivas da identidade e da diferença
- Discursos organizacionais, rituais de instituição e desejos de verdade
- Produção e circulação de sentidos em práticas organizacionais
- Comunicação pública, políticas e discurso organizacional
- Direitos humanos, ética e discurso organizacional
- Discurso de marca, visibilidade, construção de imagem-conceito e processos de legitimação
- Circulação discursiva e tecnologias
- Discurso organizacional, cultura e produção de subjetividades
- Discursos, historicidades e temporalidades nos contextos organizacionais
- Espaço público, disputas de sentidos e públicos
- Produção discursiva e estratégias de comunicação organizacional
Data limite para envio dos artigos: 30/04/2021
Diretrizes para os autores:
Os textos devem seguir as normas da ORGANICOM Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas e devem ser submetidos em https://www.revistas.usp.br/organicom
- Editores convidados:
Rudimar Baldissera (PPGCOM-UFRGS) – rudi.baldissera@gmail.com
Rennan Mafra (UFV/PPGCOM-UFJF) – rennan.mafra@gmail.com