Prazo: 30/06/2021
Data Evento ou Publicação: 19 a 21 de janeiro
Indexação (revistas):
Pagamento: de 30 a 200 euros
Local: Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal (presencial)
Comunicação & Disrupção: desafios culturais, societais e tecnológicos
uma era de fragmentação da esfera pública, transformada por fluxos de informação contínuos e fomentados pelos media sociais e digitais, importa repensar a complexidade do fenómeno comunicacional de modo multidimensional e interdisciplinar. No seu emblemático livro Media Life (2012), Mark Deuze chamava a atenção para a ubiquidade dos media na vida quotidiana – já não vivemos apenas com os media, mas sobretudo nos media. Na apreciação das atuais relações entre media e sociedade, vários autores (Couldry e Hepp, 2017; Hepp e Hasebrink, 2018) destacam que a contemporaneidade experimenta uma mediatização profunda, uma remediação digital que marca todos os processos de comunicação.
De que forma os processos comunicacionais disruptivos estão a afetar a validade de conceitos, teorias e enquadramentos tradicionais? Como podemos analisar e re-contextualizar desafios com que se confrontam as ciências da comunicação? Se o digital tornou possível a “apoteose do sonho da diversidade” (Curran, 2008), trouxe também tensões complexas entre ciência social e ética, por um lado, e as possibilidades imensas da robótica e da inteligência artificial, por outro.
Estas e outras questões serão o fio condutor de congresso que aposta na ligação, convergência e diálogo entre áreas. Neste sentido, convidamos cada participante a elaborar a sua proposta de comunicação a um dos 20 Grupos de Trabalho (GT) da Sopcom e a escolher, simultaneamente, uma a duas das seguintes perspetivas de disrupção, com o objetivo de fomentar o intercâmbio de ideias e aumentar a visibilidade das sessões paralelas.
Esperam-se, assim, contributos de estudos empíricos ou propostas de reflexão que contribuam para uma visão disruptiva sobre os seguintes eixos temáticos.
1. Disrupção criativa
Alguns exemplos de abordagens: inovação nos media, hibridismo, criatividade para explorar fenómenos contemporâneos da comunicação, dos media e de outras indústrias criativas; novas abordagens de teorias e práticas; alterações em formatos e discursos provocados pela pandemia; estratégias de cocriação.
2. Disrupção cultural
Alguns exemplos de abordagens: fenómenos disruptivos nas várias dimensões da cultura e das linguagens, quer no plano da produção (artística, das indústrias culturais) quer no plano dos valores (de uma comunidade, organização ou empresa); reconfiguração e transgressão de códigos semióticos em vários domínios.
3. Disrupção e mercado
Alguns exemplos de abordagens: mercados de bens culturais e sua regulação; processos, modelos e desafios da comunicação organizacional e institucional; modelos de negócio, tendências e mercados emergentes; media especializados; responsabilidade social corporativa; marketing social; estruturas de poder em contexto organizacional.
4. Disrupção informacional
Alguns exemplos de abordagens: relações tensionais e complementares entre informação e comunicação; desinformação e fake news; mecanismos e dinâmicas de disseminação da informação no contexto digital, processos de astroturfing; viralidade da informação; bolhas ideológicas e câmaras de eco; distanciamento e proximidade; ética da informação.
5. Disrupção política
Alguns exemplos de abordagens: polarização e radicalização da esfera pública; media, política e populismos; políticas de desinformação e de pós-verdade; política pandémica; riscos e ameaças para a democracia; política e redes sociais; discursos e representações políticas – hegemónicas, alternativas e de resistência nos media.
6. Disrupção e sociedade
Alguns exemplos de abordagens: a mediação dos domínios sociais; disputa de sentidos em torno de representações mediáticas de identidades de classe, género, sexualidades, raça, etnia, deficiência, idade e gerações, entre outras. Silêncios e Ruídos na agenda de pesquisa; cidadania e educação; literacias mediáticas.
7. Disrupção tecnológica
Alguns exemplos de abordagens: formatos digitais emergentes e seus impactos na comunicação, media e cultura; sociedade da informação e capitalismo de vigilância; algoritmos e processos de dataficação; impactos das tecnologias nas práticas organizacionais (eg. teletrabalho); reconfigurações do espaço/tempo; cibercultura.
8. Participação disruptiva
Alguns exemplos de abordagens: práticas hegemónicas, alternativas e de resistência das audiências no consumo da informação e dos media; Ttendências emergentes como news avoidance; práticas disruptivas na curadoria da informação; ativismos políticos digitais; novos mecanismos de configuração de públicos votantes.
Orientações para a elaboração das propostas de comunicação
O resumo deverá ter 350-500 palavras e incluir:
- Título (e subtítulo, se aplicável)
- Palavras-chave (3 a 5)
- Objetivos do estudo
- Métodos de pesquisa/metodologia (se aplicável)
- Resultados (se aplicável)
- Conclusões
Avaliação
As propostas de resumo serão avaliadas em modo cego pelos coordenadores dos Grupos de Trabalho da Sopcom.
Prazo para submissão dos resumos
A submissão dos resumos é feita online através deste formulário, até ao dia 30 de junho de 2021.